A seq��ncia de rebeli�es ocorridas em unidades da Febem de S�o Paulo exp�s uma das faces mais cru�is do sistema: a total falta de perspectiva das crian�as e adolescentes brasileiros e a brutal viol�ncia que os atinge em casa, nas ruas e, principalmente, nestes supostos reformat�rios.
Welcome to the Jungle...
A maioria dessas crian�as t�m fam�lia, mas continuam nas ruas porque a
mis�ria, a fome e a viol�ncia atingem tamb�m suas fam�lias nas periferias das
grandes cidades e destroem suas esperan�as. Desde pequenos convivem com o
alcoolismo, com as drogas com a viol�ncia policial e com a discrimina��o. N�o
t�m escola, sa�de, moradia digna. O Estado lhes tira absolutamente tudo,
inclusive o direito de serem crian�as e adolescentes normais e comuns. Roubar e
�s vezes matar passam ent�o a ser sin�nimos de sobreviv�ncia nesta sociedade
tremendamente desigual e injusta. E a� o Estado se imp�e e chama para si a
responsabilidade de "corrig�-los". Milhares de crian�as s�o literalmente jogadas
nestes simulacros de pris�o, cujo regimento em vigor � da d�cada de 70, per�odo
mais duro da ditadura militar brasileira.
O Estado prende, julga,
condena, manda para a Febem e tranca as portas. Enquanto isso o governador de
S�o Paulo, M�rio Covas busca culpados nesta estrutura podre. Para Covas, "n�o �
poss�vel que isso seja apenas culpa do governo". Se a culpa n�o � do Estado, �
de quem? Ser� culpa das pr�prias crian�as, que "j� nascem com uma �ndole
criminosa"? Ser� culpa de seus pais, que n�o sabem como bem cri�-los? Dizer que
as recentes fugas em massa aconteceram devido � coniv�ncia dos monitores �
querer "tapar o sol com a peneira" e se eximir da parcela de responsabilidade
nestes crimes cometidos contra crian�as e adolescenes. As fugas da Febem nada
mais s�o do que tentativas desesperadas de sair do inferno e de acabar com o
sofrimento. Mas os seus carrascos, n�o satisfeitos em torturar, querem que suas
v�timas se submetam passivamente, em sil�ncio. Como fizeram, por algum tempo, as
assustadas crian�as que eram obrigadas a "servir" sexualmente o diretor da Padre
Severino, no Rio de Janeiro.
De qualquer modo, para esses menores e suas
fam�lias, a esperan�a de um mundo justo e igualit�rio � uma luz forte, que nada
nem ningu�m pode apagar.
Greetz : Cyb3r Fuck3rs, R.0.D CReW, Securenet, Safemode, Attrition... e todos que nos
ap�iam...